O Círculo de Giz Caucasiano - Companhia de Teatro de Almada
Transcription
O Círculo de Giz Caucasiano - Companhia de Teatro de Almada
Benno Besson Nascido em Yverdon, na Suiça, em 1942, trabalhou com Bertolt Brecht de 1949 até ao ano da sua morte, em 1956, tendo sido um dos seus colaboradores privilegiados e um dos mais sensíveis intérpretes da sua obra teatral. Tal como aquele, Benno Besson foi encenador do Berliner Ensemble. Em 1942 cria a sua companhia de teatro. Em 1947 estabelece uma relação de amizade com Jean Marie Serreau que marcará os seus primeiros anos de actividade teatral: até 1949 ambos se mantêm em tournée pelas zonas de ocupação francesa na Alemanha. Em 1969 assume a direcção artística da Volksbühne, e dirige espectáculos na Áustria, na República Democrática Alemã (que abandona em 1977), na Suíça, na Itália, em França e na Bulgária. “Levando à cena O Círculo de Giz... Benno Besson mais do que render homenagem a Brecht, demonstra que o teatro “épico” [...] transborda de irreverência” (Marie-Pierre Genecand, Le Courrier, Lausanne). Esta fábula épica, encontra um extraordinário ponto de apoio na vivência teatral de Benno Besson com Brecht, conjugada com a novíssima tradução de Sanguineti. Benno Besson Né á Yverdon, en Suisse, en 1942, il a travaillé avec Bertolt Brecht de 1949 jusqu´à sa mort, en 1956, étant l´un de ses collaborateurs privilégiés et un des interprètes les plus sensibles de son oeuvre théâtrale. Benno Besson fut aussi metteur en scène du Berliner Ensemble. En 1942, il a créé sa compagnie de théâtre. En 1947, il noue une relation d´amitié avec Jean Marie Serreau qui va marquer ses premières années d´activité théâtrale: jusqu´en 1949, ils sont en tournée dans les zones d´occupation française en Allemagne. En 1969, il prend la direction artistique de la Volksbühne et dirige des spectacles en Autriche, en République Démocratique Allemande (qu´il quitte en 1977), en Suisse, Italie, France et Bulgarie. “En mettant en scène Le Cercle de Craie... Benno Besson plus que de rendre hommage à Brecht, démontre que le théâtre “épique” [...] déborde d´irrévérence ” (Marie-Pierre Genecand, Le Courrier, Lausanne). Cette fable épique, trouve un véritable point d´appui dans la vivacité théâtrale de Benno Besson conjuguée à la traduction renouvelée de Sanguineti. Benno Besson Born in Yverdon, Switzerland, Benno Besson worked with Bertolt Brecht from 1949 to the year of his death, in 1956. He was one of Brecht’s most privileged collaborators, and one of the most sensitive interpreters of his work. Like him, Besson was also director of the Berliner Ensemble. He started his own theatre company in 1942. In 1947 begins the friendship with Serreau that will shape his early theatrical activity: both will tour the French-occupied territories in Germany. He is handed the artistic direction of the Volksbühne theatre in 1962, and directs productions in Austria, the Democratic Republic of Germany (which he will abandon in 1977), Switzerland, Italy, France, and Bulgary. «By staging “The Caucasian Chalk Circle”, rather than paying homage to Bertolt Brecht, Benno Besson proves that “epic theatre […] is but overflowing with irreverence”» (Marie-Pierre Genecand, Le Courier, Lausanne). This epic finds an extraordinary support on Benno Besson’s theatrical life experience with Brecht, here interweaved with Sanguineti’s newest translation. O Círculo de Giz Caucasiano de Bertolt Brecht TEATRO STABILE DEL VENETO/ TEATRO STABILE DI GENOVA (ITÁLIA) 16 de Julho às 21.30h. 17 de Julho às 21.30h. GRANDE AUDITÓRIO Centro Cultural de Belém Lisboa O Círculo de Giz Caucasiano de Bertold Brecht Encenação de Benno Besson Teatro Stabile del Veneto/ Teatro Stabile di Genova (ITÁLIA) Co-Apresentação Centro Cultural de Belém Colaboração Instituto Italiano de Cultura Tradução e Adaptação Edoardo Sanguineti Intérpretes Adriano Iurissevich, Alessandro Maggi, Angelo Palladino, Bino Costa, Bruno Brighetti, Giovanni Calò, Giuliana Natale, Guglielmo Perri, Lello Arena, Lia Zinno, Manuela Massimi, Marco Avogadro, Mariangeles Torres, Nunzia Greco, Orietta Notari, Paolo Serra, Piergiorgio Fasolo, Roberto Serpi Coreografia, Figurinos e Máscaras Ezio Toffolutti Música Paul Dessau Duração 2h20 (c/ intervalo) Língua Italiano Legendado Português O Círculo de Giz Caucasiano de Bertold Brecht Encenação de Benno Besson Le Cercle de Craie Caucasian de Bertolt Brecht Mise en scène de Benno Besson The Caucasian Chalk Circle By Bertolt Brecht Directed by Benno Besson A odisseia da criada Gruscha, a qual, depois de ter educado como seu o filho da mulher do governador de um pequeno estado, recusa restituí-lo à mãe natural, funde-se com a inquietante presença do juiz Azdak, que se faz passar por defensor das convenções e da moral corrente. E é assim que a narrativa de um antigo drama chinês, escrito em 1200 encontra nova inspiração no bíblico juízo de Salomão. Com O Círculo..., Brecht propõe uma obra de inspiração oriental, que se alimenta de um aguçado olhar sobre o presente e se articula na forma do teatro épico, com várias passagens da acção introduzidas por um narrador. Escrito nos EUA em 1944, quando o poder hitleriano começava a entrar em colapso, e por diversas vezes revista posteriormente, em Il Chercio... Brecht elege temas de grande actualidade, tais como a guerra, a justiça e o sentimento maternal, bem como um princípio que sempre lhe foi caro: a possibilidade de praticar o bem numa sociedade caracterizada pela profunda desigualdade. Levada há cena em 1958, grande parte da crítica não a aprovou, pois entendeu que a mesma não se coadunava com o propósito educativo de Brecht. Benno Besson nunca concordou com esta análise, e no decurso da carreira desta peça, nas sucessivas leituras a que a tem submetido, reconhece-lhe constantemente o valor de uma urgentíssima contemporaneidade. L´odyssée de la servante Gruscha, qui après avoir élevé comme le sien le fils de la femme du gouverneur d´un petit état et refuse de le remettre à sa mère naturelle, se confond avec la présence inquiétante du juif Azdak qui se fait passer pour le défenseur des conventions et de la bonne morale. C´est ainsi que le récit d´un ancien drame chinois trouve une nouvelle inspiration dans le jugement biblique de Salomon. Avec Le Cercle..., Brecht propose une oeuvre d´inspiration orientale qui se nourrit d´un regard aigu sur le présent et s´articule á une forme de théâtre épique, avec différents passages de l´action introduits par un conteur. Ecrite aux Etat-Unis, en 1944, lorsque le pouvoir hitlérien commençait à s´effondrer, et revue postérieurement á plusieurs reprises, dans Le Cercle... Brecht choisit des thèmes d´une grande actualité, tels que la guerre, la justice et le sentiment maternel ainsi qu´un principe qui lui a toujours été cher : la possibilité de pratiquer le bien dans une société caractérisée par sa profonde inégalité. Mise en scène en 1958, la plupart des critiques l´ont désapprouvée estimant qu´elle ne concordait pas avec le propos éducatif de Brecht. Beno Besson n´a jamais partagé cette analyse, et dans le déroulement de carrière de cette pièce, et les différentes lectures auxquelles il l´a soumise, il lui reconnait constamment la valeur d´une urgente nécessité. Grusha, a maid, after having brought up the son of a small state governor’s wife as if her own, refuses to hand him back to his natural mother. Grusha’s odyssey will melt itself with the unquietening presence of Judge Azdak, who poses the defender of conventions and morals-that-be. Thus the narrative from a thirteenth century Chinese drama finds new inspiration upon the biblical judgement of Solomon. With “The Caucasian Chalk Circle”, Brecht delivers a work of oriental inspiration brought up with a sharpened observation of actuality, articulated under the form of epic theatre — a narrator introduces several steps of the plot. “The Caucasian Chalk Circle” was written in 1944 in the United States, when Hitler’s power was beginning to collapse, and was revised several times later on. In it, Brecht deals with subjects of great pertinence such as war, justice and motherly love, as well as a principle that always was dear to him: the possibility of practicing good in a society shape by the deepest inequality. Staged for the first time in 1958, it was soon to be dismissed by critics under the argument that it did not matched Brecht’s educational purposes. Benno Besson never did agreed with this analysis, and throughout the career of his staging of the play, over the successive approaches he has made, he constantly reckons this play’s value of a most urgent contemporaneity.