Petrobrás Petróleo Brasileiro S.A.
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Petrobrás Petróleo Brasileiro S.A.
Felipe Costa Araújo – 10652 EPR30 – Contabilidade Gerencial Petrobras Petróleo Brasileiro SA UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá - 2004 UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá IEPG - Instituto de Engenharia de Produção e Gestão EPR30 - Contabilidade Gerencial Professor Edson Pamplona Petrobras Petróleo Brasileiro SA Avaliação Financeira e Econômica A contabilidade é uma ferramenta imprescindível para se conhecer, se entender e se avaliar os resultados das empresas em geral, no tocante a determinar sua saúde financeira, perspectivas para o futuro e sua conceituação no mercado e na sociedade. UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá - 2004 Sumário 1. Introdução 1.1 Objetivos 1.2 Justificativa 1.3 Estrutura do trabalho 2. Revisão Bibliográfica 2.1 Fundamentos teóricos 3. Estudo de caso: Petrobras – Petróleo Brasileiro SA 3.1 Apresentação da empresa e do Plano Estratégico para 2015 3.1.1 Histórico da empresa 3.1.2 Perfil da Empresa 3.1.3 Plano Estratégico 2015 3.2 Apresentação do Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados dos Exercícios de 2001 a 2003 3.3 Índices 3.3.1 Índices de Estrutura 3.3.2 Índices de Liquidez 3.3.3 Índices de Rentabilidade 3.4 Avaliação setorial 3.5 Índices de prazos médios 3.6 Análise horizontal e vertical 3.7 Previsão de falência 3.8 EVA 4. Conclusões 5. Referências Bibliográficas CAPÍTULO 1 1. Introdução 1.1 Objetivos Este trabalho visa aproximar a base teórica da disciplina (EPR-30 – Contabilidade Gerencial) com a base altamente prática dos conceitos ensinados em aula. O estudo de caso é um dos melhores caminhos para se desenvolver um projeto de análise de uma empresa sob os aspectos econômicos e financeiros, usando como ferramenta basicamente as demonstrações financeiras. As demonstrações utilizadas como ferramenta são: • Balanço Patrimonial; • Demonstração de Resultados; e • Relatório Anual e Plano Estratégico. Com estas demonstrações é possível se analisar alguns parâmetros bastante pertinentes de uma empresa. Portanto, este é o objetivo deste trabalho, analisar e tirar conclusões da empresa estudada, neste caso, a empresa escolhida foi a Petrobras (Petróleo Brasileiro SA). 1.2 Justificativa O conhecimento das demonstrações financeiras das empresas não é o suficiente para se entender profundamente como a empresa está em termos financeiros, econômicos, investimentos, retorno sobre o investimento, faturamento e outros. Estes dados, citados anteriormente, vistos de forma isolada não condizem totalmente com a real situação das empresas. Portanto, é necessário se fazer um estudo, através de índices, gráficos, tabelas e outros, para se tentar dimensionar qual a real situação de uma empresa. Posteriormente, no trabalho serão apresentados estes dados nos quais é possível se chegar a algumas conclusões. 1.3 Estrutura do trabalho O trabalho se estruturado da seguinte maneira: • No 1º capítulo, temos uma introdução do trabalho, com seus respectivos objetivos, justificativas e a estrutura do trabalho; • No 2º capítulo, faz-se um fundamento teórico do trabalho, citando a bibliografia necessária para se realizar o trabalho; • No 3º capítulo, será realizado o estudo de caso propriamente dito, com a apresentação de tabelas, índices, gráficos para se tentar demonstrar na prática de forma mais clara e precisa real situação da empresa escolhida, a Petrobras SA; e • No 4º capítulo, se faz necessário tirar algumas conclusões sobre o estudo desenvolvido. CAPÍTULO 2 2. Revisão Bibliográfica 2.1 Fundamentos Teóricos O trabalho utilizou principalmente como referência bibliográfica base, o livro abaixo: • Análise Financeira de Balanços – Abordagem Básica e Gerencial, do autor Dante C. Matarazzo, da Editora Atlas. Este livro apresenta excelentes ferramentas para a análise de empresas de forma geral. Praticamente todo o procedimento, a seqüência de cálculos, as análises financeiras e econômicas, fórmula de previsão de falências, EVA (Economic Value Added), análise setorial com a comparação entre empresas de um mesmo ramo ou setor e outros, foram retiradas deste livro base. Porém, além desta referência bibliográfica base, foram utilizadas outras referências. Sendo estas referências: ¾ O livro Contabilidade Básica, do autor José Carlos Marion, da Editora Atlas. Neste livro buscou-se um melhor entendimento das contas presentes nas demonstrações financeiras, principalmente Balanço Patrimonial (BP) e Demonstração de Resultados do Exercício (DRE); ¾ Site da empresa Petrobras (www.petrobras.com.br), onde foram utilizadas diversos itens, tais como: Relatório Anual de 2002, Plano Estratégico para 2015, dados da empresa, conhecimento de alguns dados específicos, tais como reservas de petróleo e gás natural, produção, refino e outros; ¾ A apostila da disciplina EPR-30, contida no site do Professor Edson Pamplona, com o estudo de caso da empresa BIG, que serviu de parâmetro e de exemplo prático para o cálculo presente neste trabalho; e ¾ Notas de aula do Professor Edson Pamplona. CAPÍTULO 3 3. Estudo de caso: Petrobras – Petróleo Brasileiro SA 3.1 Apresentação da Empresa e Plano Estratégico 2015 3.1.1 Histórico da Empresa Em outubro de 1953, através da Lei 2.004, a Petrobras era criada para executar as atividades do setor petróleo no Brasil em nome da União. A Petrobrás - Petróleo Brasileiro SA iniciou suas atividades com o acervo recebido do antigo Conselho Nacional do Petróleo (CNP): Campos de petróleo com capacidade para produzir 2.700 barris por dia (bpd); Bens da Comissão de Industrialização do Xisto Betuminoso; Refinaria de Mataripe (BA), processando 5.000 bpd; Refinaria em fase de montagem, em Cubatão (SP); Vinte petroleiros com capacidade para transportar 221.295 toneladas; Reservas recuperáveis de 15 milhões de barris; Consumo de derivados de 137.000 bpd; Fábrica de fertilizantes em construção (Cubatão - SP). Ao longo de quatro décadas, tornou-se líder em distribuição de derivados no país, colocando-se entre as vinte maiores empresas petrolíferas na avaliação internacional. Detentora da tecnologia mais avançada do mundo para a produção de petróleo em águas profundas, a Companhia foi premiada, em 1992 e 2001, pela Offshore Technology Conference (OTC). Em 1997, o Brasil ingressou no seleto grupo de 16 países que produz mais de 1 milhão de barris de óleo por dia. E nesse mesmo ano foi criada a Lei n º 9.478, que abre as atividades da indústria petrolífera à iniciativa privada. Com a lei, foram criados a Agência Nacional do Petróleo (ANP), encarregada de regular, contratar e fiscalizar as atividades do setor; e o Conselho Nacional de Política Energética, um órgão formulador da política pública de energia. A Petrobras teve um grande desafio quando foi quebrado, em 1997, o monopólio das atividades ligadas a exploração, produção e refino de petróleo e gás natural. Este desafio foi superado pela empresa como será mostrado posteriormente no trabalho. As explicações para o sucesso da Petrobras estão na eficiência de suas unidades espalhadas por todo o Brasil: nas refinarias, áreas de exploração e de produção, dutos, terminais, gerências regionais e na sua grande frota petroleira. 3.1.2 Perfil da Empresa Com a queda do monopólio em 1997, a Petrobras teve que buscar novos rumos e caminhos, como o indicado a seguir: Uma companhia integrada que atua na exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e derivados no Brasil e no exterior. Uma empresa de energia com enorme responsabilidade social e profundamente preocupada com a preservação do meio ambiente. Uma companhia que tem a sua trajetória de conquistas premiada por inúmeros recordes e pelo reconhecimento internacional. Com sede na cidade do Rio de Janeiro, a Petrobras possui escritórios e gerências de administração em importantes cidades brasileiras como Salvador, Brasília e São Paulo. Devido à alta competitividade do novo cenário da indústria de energia, a Petrobras reposicionou-se em relação ao futuro, utilizando os mais modernos instrumentos de gestão. De acordo com o modelo de estrutura organizacional, a Companhia passa a funcionar com cinco áreas de negócio - E&P (Exploração e Produção), Abastecimento, distribuição, Gás & Energia e Internacional -, duas de apoio - Financeira e Serviços - e as unidades corporativas ligadas diretamente ao presidente. Além de melhorar todo aspecto operacional e os resultados da empresa, a nova estrutura abre espaço para que os empregados desenvolvam seu potencial e se beneficiem do valor agregado ao negócio. Logo adiante, no trabalho teremos uma melhor conceituação destas áreas de atuação no tocante ao plano estratégico da empresa para 2015. A Petrobras desenvolve diversas atividades no exterior e mantém uma consistente atividade internacional, tal como: compra e venda de petróleo, tecnologias, equipamentos, materiais e serviços; acompanhamento do desenvolvimento da economia americana e européia; operação financeira com bancos e bolsa de valores; recrutamento de pessoal especializado; afretamento de navios; apoio em eventos internacionais, entre outros. Além de estar presente em diversos países como Angola, Argentina, Bolívia, Colômbia, Estados Unidos, Nigéria, a Petrobras conta ainda com o apoio de seus escritórios no exterior como em Nova Iorque (ESNOR), e no Japão (ESJAP). Além disso, há o CENPES , o centro de pesquisas da Petrobras, que possui uma das mais avançadas tecnologias do mundo e é reconhecido internacionalmente pela sua grande competência. Abaixo temos alguns números relativos a Petrobras: EXPLORAÇÃO 35 sondas de perfuração (22 marítimas) RESERVAS (CRITÉRIO SEC) 11,6 bilhões de barris de óleo e gás equivalente (boe) POÇOS PRODUTORES 15.834 (838 marítimos) PLATAFORMAS DE PRODUÇÃO 98 (68 fixas; 30 flutuantes) PRODUÇÃO DIÁRIA 1,701 milhão bpd de óleo e LGN 53 milhões de m3 de gás natural DUTOS 27.120 km FROTA DE NAVIOS 97 (54 de propriedade da Petrobras) 3.1.3 Plano Estratégico 2015 A seguir, temos uma breve explanação das metas e dos objetivos buscados pela Petrobras até o ano de 2015, bem como ações estratégicas, missão e visão da empresa, algumas premissas, previsões de aumento do mercado interno e do externo e outros. Este Plano Estratégico mostra o que a Petrobrás fará no futuro para conseguir atingir lucros cada vez maiores e um crescimento da empresa como um todo. Missão Atuar de forma segura e rentável nas atividades da indústria de óleo, gás e energia, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços de qualidade, respeitando o meio ambiente, considerando os interesses dos seus acionistas e contribuindo para o desenvolvimento do País. Visão para 2015 A Petrobras será uma empresa de energia com forte presença internacional e líder na América Latina, atuando com foco na rentabilidade e responsabilidade social. Estratégia Corporativa Crescimento Rentabilidade Responsabilidade Social e Ambiental Liderar o mercado de petróleo, gás natural e derivados na América Latina, atuando como empresa integrada de energia, com expansão seletiva da petroquímica e da atividade internacional Consolidar e ampliar as vantagens competitivas o mercado brasileiro e sul-americano de petróleo e derivados Desenvolver e liderar o mercado brasileiro de gás e atuar de forma integrada nos mercados de gás e energia elétrica no Cone Sul Expandir seletivamente a atuação internacional de forma integrada com os negócios da companhia Expandir seletivamente a atuação no mercado petroquímico brasileiro e do Cone Sul Atuar seletivame nte no mercado de energias renováveis Excelência operacional, de gestão e domínio tecnológico Premissas Básicas (Até 2015) • Cenário de Brent no curto-prazo a US$ 28,0/bbl e US$ 23,0/bbl em média no longo; • Crescimento médio anual do PIB mundial de 4,2%; • Crescimento médio anual do PIB Brasil de 4,0%; • Taxa de câmbio média de R$/US$ 3,01; • No Brasil crescimento médio anual na demanda por derivados de petróleo de 2,4%; • Crescimento médio anual na demanda doméstica de gás natural de 14,2%; • Política de preços de derivados alinhada aos preços do mercado internacional. Vemos atualmente que estas premissas vão precisar ser revistas, porque o barril de petróleo ultrapassou os US$ 40,00, praticamente o dobro da média para a premissa de longo prazo da empresa. Estes novos dados devem mudar totalmente o plano estratégico da Petrobras para o futuro. Já o aumento da demanda parece estar em um nível bastante razoável para o mercado atual. A seguir temos as estratégias de negócios para as cinco áreas básicas de atuação da Petrobrás, que são divididas em: E&P, abastecimento, distribuição, Gás&Energia e internacional. Estratégias de Negócios – E&P • Fortalecer o posicionamento em águas profundas e ultra-profundas; • Atuar nas áreas terrestres e em águas rasas com rentabilidade; • Aportar práticas e novas tecnologias em áreas com alto grau de exploração com o objetivo de otimizar o fator de recuperação; • Desenvolver esforço exploratório em novas fronteiras para garantir uma relação reserva /produção sustentável. Ainda dentro da área de atuação de E&P (Exploração e Produção), a Petrobras ainda espera crescer a produção em média 5,9% a.a. até 2010, atingindo a tão almejada auto-suficiência em 2006. Produção Total de óleo e LGN [milhões de bpd] 2,5 0,55 2 0,42 0,23 1,5 Produção Excedente 1 1,36 1,31 Produção Total 1,75 0,5 0 2003 2005 Meta 2010 A partir de 2006 a produção de óleo leve dos novos projetos poderá chegar a 150 mil bpd. Evolução das Reservas no Brasil [bilhão de boe] 20 15 10 10,6 12,6 6,6 5 0 2003 Reservas Provadas Meta 2010 Reservas prováveis e possíveis Observa-se claramente que a Petrobras espera incorporar uma reserva muito grande nos próximos anos, o que dependerá basicamente da confirmação das reservas possíveis e prováveis atuais. Porém, estas reservas demoram um longo tempo até começarem a ser produtivas. Estratégias de Negócios – Abastecimento • Expandir as atividades de refino e comercialização (no país e no exterior) em sintonia com o crescimento dos mercados; • Diversificar a carteira de negócios (com ênfase na Petroquímica, na logística e em operações comerciais de novos produtos energéticos) ancorada na sinergia dos ativos e competências do Downstream; • Ganhar eficiência em toda cadeia logística até o cliente com ênfase na Excelência Operacional (custo competitivo, qualidade e confiabilidade de entrega) e no gerenciamento de risco; • Agregar valor às matérias-primas do Sistema Petrobras (petróleo e gás) com foco em mix de produtos de maior valor e melhor qualidade; • No segmento de transportes, US$ 1,2 bilhão serão destinados à renovação da frota, num total de 53 embarcações encomendadas junto a estaleiros no Brasil; e • Cerca de US$ 1 bilhão será empregado na expansão e melhoria das condições de operação e segurança dos terminais e dutos. Principais Projetos: 9 PEGASO e melhorias de infra-estrutura em toda a rede de dutos e terminais; 9 Melhorias no Terminal de São Sebastião / OSBAT / OSVAT; 9 Plano Diretor de Dutos na região metropolitana de São Paulo; 9 17 navios-petroleiros; 9 19 navios para derivados líquidos; 9 10 embarcações de apoio; e 9 6 navios de GLP. Estratégias de Negócios – Petroquímica • Expansão seletiva na petroquímica; • Ênfase em novos projetos para o atendimento do crescimento do mercado brasileiro; Principais Projetos: 9 Conclusão do Pólo Gás-Químico –RJ; 9 Unidade de Polipropileno; 9 Complexo Ácido Acrílico – SAP; 9 Unidade de Fenol; e 9 Pólo Gás-Químico fronteira com Bolívia. Ainda dentro da área de negócio abastecimento, temos um fluxo de produção esperado para o ano de 2010. Fluxo da Produção em 2010 Em Mil bpd [barris de petróleo por dia] Produção Internacional Produção Brasil Consumo de derivados 479 2.300 no Brasil = 2.023 550 1.750 Carga Processada no Brasil = 1.870 479 X 550 Vendas Internacionais 1.029 Óleo 120 Derivados 153 Importação 273 Estratégias de Negócios - Distribuição • Ser a bandeira preferida dos consumidores, com uma rede de varejo multinegócios, oferecendo excelência na qualidade de produtos e serviços, e ampliando a liderança, garantida a rentabilidade esperada; e • Agregar valor ao Sistema Petrobras, a partir da liderança em todos os segmentos do mercado consumidor, com a oferta de novos produtos, serviços e soluções inovadoras, assegurando a preferência pela marca. Estratégias de Negócios – Gás & Energia • Desenvolver a Indústria de Gás Natural buscando assegurar a colocação do gás natural da Petrobras, atuando de forma integrada com as demais unidades da Companhia, em toda a cadeia produtiva no Brasil e demais países do Cone Sul; • Atuar no negócio de energia elétrica de forma a assegurar o mercado de gás natural e derivados comercializados pela Petrobras; e • Desenvolver, coordenar e implementar as atividades relacionadas à eficiência energética e às energias renováveis, no Sistema Petrobras e nos consumidores finais, considerando os interesses da Companhia, as demandas da Sociedade e o desenvolvimento sustentável. Principais projetos: 9 Investimentos superiores a US$ 3,0 bilhões, visando o desenvolvimento do mercado de Gás Natural; 9 Malha de Gasodutos do Nordeste; 9 Gasoduto Sudeste-Nordeste GASENE; 9 Gasoduto Urucu-Coari-Manaus; 9 Gasoduto Campinas-RJ; e 9 Malha de Gasodutos do Sudeste. Estratégias de Negócios - Internacional • Buscar a liderança como empresa integrada de energia na América Latina; • Expandir a atuação no setor americano do Golfo do México e Oeste da África; • Ampliar as Áreas Foco da Petrobras através de negócios que contribuam para o crescimento e diversificação do mix de produtos oferecidos; • Agregar valor à produção de óleo pesado da Petrobras; • Acelerar a monetização das reservas de gás natural; e • Internacionalizar e valorizar a marca Petrobras. Outras Metas Corporativas Indicadores 2005 2010 Volume máximo tolerável de vazamento (m3) 633 598 Total de carga emitida de SOx (Tonelada) 160.128 153.804 Créditos de carbono gerados em projetos de 130 1.200 energia renonável (Mil Tonelada de CO2) TFCA – Taxa de Frequência de Acidentados com 0,92 0,5 afastamento Índice de Satisfação do Cliente – Downstream (%) 78 85 Índice de Satisfação do Empregado (%) 69 74 Conclusões do Plano Estratégico 2015 • Contínuo e expressivo crescimento da produção e das reservas, atingindo a autosuficiência brasileira em óleo em 2006; • Adequação e expansão do parque de refino ao perfil do consumo nacional; • Renovação da frota; • Expansão da infra-estrutura para o desenvolvimento do mercado de gás natural; • Aumento da malha de dutos; • Expansão seletiva no setor petroquímico e nos negócios internacionais; • Entrada com atuação seletiva em projetos de energias renováveis; • Melhoria expressiva nos indicadores de SMS; • Forte geração de caixa, compatível com o plano de investimentos; e • Compromisso com crescimento, rentabilidade e responsabilidade social e ambiental. 3.2 Apresentação do Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados dos Exercícios de 2001 a 2003 Balanço Patrimonial (BP) O Balanço Patrimonial (BP) é o mais importante das demonstrações contábeis de uma empresa, além de ser obrigatório pela legislação brasileira. Através dele pode-se identificar a saúde financeira e econômica de uma empresa quase sempre publicado no fim do período (normalmente anual). A expressão “Balanço Patrimonial” decorre do equilíbrio: Ativo = Passivo + PL, ou seja: Aplicações = Origens Parte-se da idéia de uma balança de dois pratos, onde sempre encontramos a igualdade. Já o termo patrimonial refere-se ao patrimônio da empresa, ou seja, o conjunto de bens, direitos e obrigações. Portanto, a expressão quer dizer igualdade do patrimônio. Em sentido amplo, o balanço evidencia a situação patrimonial da empresa em determinada data. O BP é constituído de: ¾ Ativo => Circulante (Operacional e Financeiro), Realizável a Longo Prazo (RLP) e Permanente (Investimentos, Imobilizado e Diferido). ¾ Passivo => Circulante (Operacional e Financeiro), Exigível a Longo Prazo (ELP) e Patrimônio Líquido (Capital Social, Reserva de lucros e Lucros Acumulados). Balanço Patrimonial da Petrobras 2001 a 2003 Ativo Padronizado (Reais Mil) Código 1.01 1.01.01 1.01.01.1 1.01.01.2 1.01.02 1.01.02.1 Descrição da Conta Ativo Circulante Financeiro Disponível Aplicações Financeiras Subsoma Operacional Clientes 2003 2002 2001 2.214.663 22.737.881 24.952.544 1.523.780 10.351.049 11.874.829 1.818.037 15.232.271 17.050.308 8.035.410 7.993.424 6.451.503 1.01.02.2 1.01.03 1.01 Estoques Subsoma Outros Total do Ativo Circulante 10.395.149 18.430.559 8.486.190 51.869.293 12.208.932 20.202.356 6.353.806 38.430.991 7.165.857 13.617.360 3.265.486 33.933.154 1.02 Realizável a Longo Prazo 16.948.940 16.267.287 11.686.970 1.03 1.03.01 1.03.02 1.03.03 1.03 Ativo Permanente Investimentos Imobilizado Diferido Total do Ativo Permanente 2.022.657 64.778.774 614.699 67.416.130 637.289 41.265.327 659.188 42.561.804 907.635 28.192.372 438.465 29.538.472 Total do Ativo 136.234.363 97.260.082 75.158.596 2003 2002 2001 7.039.312 21.061.944 28.101.256 6.491.140 16.292.114 22.783.254 4.396.646 12.265.034 16.661.680 8.132.071 664.537 8.796.608 36.897.864 6.015.764 414.164 6.429.928 29.213.182 5.132.491 69.987 5.202.478 21.864.158 Passivo Padronizado (Reais Mil) Código 2.01 2.01.01 2.01.01.1 2.01.01.2 2..01 Descrição da Conta Passivo Circulante Operacional Fornecedores Outras Obrigações Subsoma Financeiro Empréstimos Bancários Duplicatas Descontadas Subsoma Total do Passivo Circulante 2.02 2.02.1 2.02.2 2.02.3 2.02 Passivo Exigível a Longo Prazo Empréstimos e Financiamentos Provisões Outros Total do Exigível a Longo Prazo 34.115.878 7.383.448 8.469.844 49.969.170 24.786.003 4.341.143 4.594.848 33.721.994 13.702.646 3.796.118 6.829.171 24.327.935 2.03 2.03.01 2.03.02.1 2.03.02.2 2.03 Patrimônio Líquido Capital Social Realizado Reservas de Lucro e Capitais Lucros Acumulados Total do Patrimônio Líquido 20.201.941 29.165.388 0 49.367.329 16.630.868 17.694.038 0 34.324.906 13.372.556 15.593.947 0 28.966.503 Total do Passivo 136.234.363 97.260.082 75.158.596 2.01.02 2.02.02.1 2.02.02.2 Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) A demonstração de resultado é um resumo ordenado das receitas e das despesas de uma empresa em determinado período. É apresentada de forma dedutiva (vertical), onde as receitas subtraem as despesas, indicando posteriormente o resultado (lucro ou prejuízo). Sua estrutura básica consiste em: Lucro (prejuízo) = Receitas + (Deduções) + (Custos) + (Despesas) + (Impostos) Demonstração de Resultados de 2001 a 2003 (Reais Mil) Código 3.01 3.02 3.03 3.04 3.05 3.06.01 3.06.03.01 3.06.03.02 3.07 3.08.01 3.08.02 3.09 3.10 3.11 3.12 3.14 3.15 Descrição da Conta Receita Bruta De Vendas Deduções Da Receita Bruta Receita Líquida De Vendas Custo De Bens E/ou Serviços Vendidos Resultado Bruto Despesas Operacionais Receitas Financeiras Despesas Financeiras Resultado Operacional Receitas Não-operacionais Despesas Não-operacionais Resultado Antes Tributos/particip. Provisão Para IRPJ e CS Diferido Participações/contribuições Estatutárias Participações Minoritárias Lucro Líquido 2003 2002 2001 131.988.260 99.164.118 79.906.204 -36.245.558 -29.987.963 -22.394.611 95.742.702 69.176.155 57.511.593 -52.893.317 -44.205.250 -34.855.659 42.849.385 24.970.905 22.655.934 -13.597.784 -14.066.895 -11.034.345 1.817.356 3.628.776 3.159.535 -3.195.132 -2.462.598 -2.126.598 27.873.825 12.070.188 12.654.526 36.548 838.432 4.717.548 -521.256 -1.008.531 -3.460.710 27.389.117 11.900.089 13.911.364 -8.153.714 -3.902.949 -3.256.376 338.017 -105.834 -618.989 -894.442 -444.094 -416.454 -884.309 650.579 247.493 17.794.669 8.097.791 9.867.038 A seguir, temos um estudo aprofundado destas demonstrações contábeis. Este estudo de caso visa analisar a Petrobras, utilizando estas demonstrações como principal ferramenta. Através desta análise, é possível se obter algumas conclusões sobre a real situação da empresa em relação ao mercado. 3.3 Índices A utilização de algumas técnicas de análise conhecidas são muito importantes para se evidenciar de forma mais clara alguns aspectos da empresa, tais como os índices. Estes índices comparam as contas tanto do BP quanto do DRE, no sentido de conhecer em termos percentuais algumas comparações entre estas respectivas contas. Este procedimento facilita a comparação de uma empresa com as outras, buscando se conhecer mais profundamente esta empresa em um universo mais amplo, como um setor, um ramo de negócios e outros. Temos três tipos de índices: estrutura, liquidez e rentabilidade. 3.3.1 Índices de Estrutura Os índices de estrutura indicam a situação financeira de uma empresa. Estes índices mostram as grandes linhas de decisões, no tocante a obtenção e aplicação de recursos. A interpretação para estes índices é quanto menor o valor, melhor para a empresa. Índices de Estrutura Participação do Capital de Terceiros Composição do Endividamento Imobilização do Patrimônio Líquido Imobilização dos Recursos nãocorrentes CT/PL PC/CT AP/PL 2003 1,760 0,425 1,366 2002 1,834 0,464 1,240 2001 1,595 0,473 1,020 AP/(PL+ELP) 0,679 0,625 0,554 Abaixo, tem-se o seguinte gráfico sobre os índices de estrutura de capitais. Evolução dos Índices de Estrutura de Capitais 2,0 1,8 1,6 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 2003 2002 2001 Participação do Capital de Terceiros Composição Imobilização Imobilização do do Patrimônio dos Recursos Endividamento Líquido não-correntes Análise ¾ Podemos observar que a participação do capital de terceiros é bastante alta, ou seja, a empresa tem muito capital de terceiros (CT) em relação ao seu capital próprio (PL), e este índice está se mantendo estável ao longo dos anos; ¾ Com relação a composição do endividamento, temos que o percentual de dívidas no curto prazo é razoável (em torno de 45%). Isto revela uma grande dívida tanto no curto prazo quanto no longo prazo, ou seja, não há um predomínio de dívidas em nenhum dos dois momentos; ¾ No tocante a imobilização do patrimônio líquido, a Petrobras apresenta alguns problemas pois este índice é sempre maior do que 1. Ou seja, há um financiamento do ativo permanente por meio de capitais de terceiros. Isto revela uma dependência de terceiros para se imobilizar. Em 2003, o índice foi de 1,36, ou seja, 36% do Ativo Permanente foi financiado com recursos de terceiros; e ¾ A imobilização dos recursos não-correntes mede a imobilização levando-se em conta além do PL, o ELP (Exigível a Longo Prazo), ou seja, os recursos nãocorrentes. Este índice mede se a empresa está utilizado o passivo circulante para se imobilizar. Porém, no caso da Petrobras, isto não acontece pois o índice é sempre menor que 1. Em 2003, o índice foi de 0,679, indicando que a soma (PL+ ELP) equivale a 67,9% do Ativo Permanente, o que é um valor relativamente alto de grau de imobilização. 3.3.2 Índices de Liquidez Estes índices também se referem situação financeira de uma empresa, porém se difere dos índices de estrutura, os índices de liquidez medem a condição de uma empresa de ter boa capacidade de pagar suas dívidas. A interpretação é quanto maior, melhor. Índices de Liquidez Liquidez Geral Liquidez Corrente Liquidez Seca (AC+RLP)/(PC+ELP) AC/PC (AC-Estoques)/PC 2003 0,792 1,406 1,124 2002 0,869 1,316 0,898 2001 0,988 1,552 1,224 Abaixo, tem-se o seguinte gráfico sobre os índices de liquidez da Petrobras. Evolução dos Índices de Liquidez 1,6 1,4 1,2 1,0 2003 0,8 0,6 2002 2001 0,4 0,2 0,0 Liquidez Geral Liquidez Corrente Liquidez Seca Análise ¾ O índice de liquidez geral indica a capacidade total de pagamento de uma empresa no presente e no futuro, pois considera tanto o curto quanto o longo prazo. Este índice está relativamente baixo e vem diminuindo ao longo dos anos, e em 2003 foi de 0,792, o que indica que a empresa terá que gerar recursos para conseguir honrar suas dívidas, pois PC+ELP > AC+RLP. O que deve se analisar nos próximos índices é se a geração de recursos deverá ser no curto ou no longo prazo; ¾ O índice de liquidez corrente (ou circulante) mede somente a capacidade de pagamento no curto prazo, ou seja, é um retrato somente do presente. Comparandose o Ativo e o Passivo Circulante, é possível honrar suas dívidas com os seus recursos em caixa. Este índice está estável ao longo dos anos, e no ano de 2003, o índice foi de 1,406, o que indica 40,6% de sobra de caixa em relação as dívidas a curto prazo, o que pode ser considerado alto para a empresa. Portanto, conhecendose os índices de liquidez geral e corrente pode se afirmar que a Petrobras está se endividando no longo prazo, possivelmente para aumentar seu grau de imobilização como visto nos índices de estrutura. Isto pode ser extremamente perigoso para a empresa, pois pode prejudicar sua capacidade de pagamento no futuro, quando as dívidas de longo se transformarem em curto prazo; e ¾ Já o índice de liquidez seca leva em consideração os estoques, que são diminuídos do Ativo Circulante por serem considerados os de menor liquidez, ou seja, os mais difíceis de transformar em capital. Isto mede se a empresa, mesmo que não consiga vender seus estoques, por obsolescência ou por danificação, a empresa consiga arcar com suas dívidas no curto prazo. Este índice, que vem crescendo ao longo do tempo (e em 2003, foi 1,114), também pode ser considerado bom para a Petrobras. 3.3.3 Índices de Rentabilidade Estes índices avaliam a situação econômica, indicando sua capacidade de gerar recursos, o rendimento dos investimentos. A interpretação é quanto maior, melhor. Índices de Rentabilidade Giro do ativo Margem Líquida Rentabilidade do Ativo Rentabilidade do Patrimônio Líquido 2003 VL/AT 0,703 LL/VL 0,186 LL/AT 0,131 LL/PL médio 0,425 2002 0,711 0,117 0,083 0,256 2001 0,765 0,172 0,131 0,341 Abaixo, tem-se o seguinte gráfico sobre os índices rentabilidade. Evolução dos Índices de Rentabilidade 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 2003 0,3 2002 2001 0,2 0,1 0,0 Giro do ativo Margem Líquida Rent. do Ativo Rent. do PL Análise ¾ O giro do ativo representa o percentual das Vendas (receitas) pelo valor do Ativo Total (investimentos totais). Ou seja, é medido se o volume de vendas da empresa está adequada para as suas vendas. No caso da Petrobras este índice permanece bem constante no tempo, em torno de 0,71, o que representa um valor relativamente baixo de vendas para os investimentos totais realizados pela empresa. Temos que analisar agora o retorno destas vendas em relação aos investimentos realizados; ¾ A margem líquida mede o lucro da empresa em relação às vendas totais. Este valor vem crescendo ao longo dos anos, chegando a 0,186, um valor bastante considerável, pois quer dizer que 18,6% das vendas faz parte do lucro líquido da empresa. Pode-se dizer que a margem de lucro da empresa está em um bom nível; ¾ Na rentabilidade do ativo mede-se o potencial de geração de lucro da empresa, ou seja, é uma medida de capitalização. Este índice foi evoluindo no tempo, passando a ser 0,131 em 2003, o que indica que o ativo demoraria em torno de 6 anos para dobrar de tamanho, levando-se em conta somente a geração de caixa pelo lucro (capital próprio). É um valor elevado, o que indica um alto grau de retorno dos investimentos realizados pela Petrobras, batendo de frente com um baixo giro do ativo verificado acima; e ¾ A rentabilidade do patrimônio líquido confronta o lucro líquido com o patrimônio líquido (capital próprio), indicando a taxa de retorno sobre o investimento próprio. Neste índice, a Petrobras apresenta um dos seus melhores indicadores, com uma melhora significativa nos últimos anos, em 2003 foi de 0,425. Isto indica um retorno de R$0,425 para cada R$1,00 investido. Isto é um retorno altíssimo quando confrontado com o retorno de outros investimentos, tais como poupança (12% a.a.), renda fixa (18% a.a.) e outro tipos de investimentos. 3.4 Avaliação Setorial Os índices calculados e analisados acima necessitam de uma comparação com padrões, ou seja, uma confrontação entre os índices encontrados com empresas de um mesmo ramo ou setor de negócio pode ser um ótimo método de se avaliar a empresa. No caso da Petrobras, por não dispor de empresas de mesmo setor de atividade, dado o seu gigantismo e pelo longo tempo de monopólio das atividades ligadas à área de petróleo e gás natural no Brasil. O mais adequado seria comparar com as empresas de petróleo estrangeiras, como a ExxonMobil, Texaco, Shell, Halliburton e outras. Porém, por problemas de divulgação de seus resultados, diferenças de legislação de país para país, isto não foi feito. Mas ressalta-se que para futuros trabalhos fosse interessante a confrontação da Petrobras com as outras grandes empresas da área de petróleo no mundo. As empresas utilizadas para se fazer à avaliação setorial foram indústrias de modo geral, tais como Petrobras Distribuidora , Klabin, Votorantim, Gerdau, Embraer, Suzano, WEG, Aços Vilares, Brasmotor e Ipiranga. O ramo escolhido foi o de indústrias em geral, englobando o setor de máquinas e equipamentos, siderurgia, refinarias, papel e celulose. Avaliação Setorial em 2001 Índices de Estrutura Participação CT Endividamento 1,135 1,259 1,299 Distribuidora 1,595 2,145 2,443 2,636 3,103 6,241 7,275 8,591 Petrobras Gerdau Embraer Vilares Votorantim WEG Brasmotor Suzano Ipiranga Klabin 0,254 0,267 0,407 0,439 0,445 0,467 Imobilização do PL Suzano Vilares Ipiranga Votorantim Gerdau Klabin 0,473 0,536 0,598 0,750 0,860 Petrobras Brasmotor WEG Embraer Distribuidora Imob. de recursos 0,482 0,486 0,524 Distribuidora 1,020 1,365 1,563 2,283 2,628 4,347 5,318 5,504 Petrobras Embraer WEG Votorantim Brasmotor Gerdau Klabin Suzano Ipiranga Vilares 0,316 0,345 0,410 0,554 0,641 0,754 0,769 0,834 0,927 1,001 1,142 Embraer WEG Distribuidora Petrobras Brasmotor Vilares Suzano Votorantim Gerdau Ipiranga Klabin Índices de Liquidez Liquidez Geral 0,334 0,406 0,464 0,476 0,513 0,678 0,819 0,988 1,240 1,366 1,411 Liq. Corrente Klabin Ipiranga Suzano Vilares Gerdau Votorantim Brasmotor Petrobras Embraer WEG Distribuidora 0,502 0,859 0,912 1,065 1,201 1,351 1,449 1,502 1,552 1,563 1,783 Liquidez Seca Klabin Ipiranga Votorantim Gerdau Brasmotor Distribuidora Vilares Embraer Petrobras Suzano WEG 0,338 0,613 0,643 0,759 0,789 0,867 0,911 1,011 1,224 1,322 1,416 Klabin Ipiranga Gerdau Brasmotor Votorantim Vilares Embraer Distribuidora Petrobras Suzano WEG Índices de Rentabilidade Margem Líquida Giro do ativo 0,172 0,288 0,439 0,603 0,765 0,808 0,825 0,858 0,892 1,151 3,680 Klabin Votorantim Suzano Gerdau Petrobras WEG Vilares Ipiranga Embraer Brasmotor Distribuidora -0,003 0,008 0,019 0,023 0,039 0,079 0,103 0,160 0,165 0,172 0,235 Rent. do Ativo Brasmotor Ipiranga Vilares Distribuidora Suzano Gerdau Klabin Embraer WEG Petrobras Votorantim -0,003 0,007 0,016 0,017 0,018 0,048 0,068 0,084 0,131 0,133 0,142 Rent. do PL Brasmotor Ipiranga Vilares Suzano Klabin Gerdau Votorantim Distribuidora Petrobras WEG Embraer -0,013 0,055 0,061 0,123 0,144 0,149 0,173 0,189 0,306 0,341 0,448 Brasmotor Ipiranga Klabin Suzano Votorantim Vilares Gerdau Distribuidora WEG Petrobras Embraer Avaliação Setorial em 2002 Índices de Estrutura Participação CT 1,377 1,547 1,627 1,834 2,379 3,380 3,391 4,022 6,498 15,512 821,039 Endividamento Gerdau Embraer Distribuidora Petrobras Vilares Votorantim WEG Brasmotor Suzano Klabin Ipiranga 0,261 0,302 0,338 Imobilização do PL Suzano Votorantim Vilares 0,464 0,482 0,555 0,604 0,656 0,695 0,765 0,814 Petrobras Gerdau Klabin Brasmotor Ipiranga Embraer Distribuidora WEG 0,502 0,507 0,550 1,240 1,639 1,911 2,593 2,994 3,850 9,408 447,193 Imob. de recursos Embraer WEG Distribuidora Petrobras Votorantim Brasmotor Gerdau Klabin Suzano Vilares Ipiranga 0,291 0,394 0,416 0,625 0,663 0,737 0,767 0,834 0,941 1,195 1,577 Embraer WEG Distribuidora Petrobras Suzano Brasmotor Votorantim Vilares Gerdau Klabin Ipiranga Índices de Liquidez Liquidez Geral 0,410 0,457 0,458 0,530 0,561 0,607 0,774 0,869 1,210 1,319 1,327 Liq. Corrente Klabin Ipiranga Vilares Gerdau Suzano Votorantim Brasmotor Petrobras Embraer WEG Distribuidora 0,503 0,569 0,881 0,997 1,034 1,126 Liquidez Seca Klabin Ipiranga Votorantim Gerdau Brasmotor Vilares 1,316 1,335 1,384 1,544 1,959 Petrobras WEG Distribuidora Embraer Suzano 0,359 0,397 0,583 0,585 0,617 0,719 0,898 1,038 1,054 1,072 1,742 Klabin Ipiranga Vilares Gerdau Brasmotor Votorantim Petrobras Embraer Distribuidora WEG Suzano Índices de Rentabilidade Giro do ativo Margem Líquida 0,281 0,369 0,593 0,634 0,689 Votorantim 0,711 0,726 0,863 0,952 1,092 4,400 Petrobras Suzano Klabin Gerdau Embraer WEG Ipiranga Vilares Brasmotor Distribuidora -0,124 -0,074 -0,040 0,011 0,023 0,056 0,087 0,117 0,137 0,152 0,172 Rent. do Ativo Ipiranga Klabin Vilares Brasmotor Distribuidora Suzano Gerdau Petrobras Votorantim Embraer WEG -0,107 -0,044 -0,038 0,012 0,021 0,039 0,055 0,083 0,101 0,105 0,125 Rent. do PL Ipiranga Klabin Vilares Brasmotor Suzano Votorantim Gerdau Petrobras Distribuidora Embraer WEG -1,956 -0,523 -0,176 0,063 0,105 0,165 0,247 0,256 0,267 0,348 0,408 Ipiranga Vilares Klabin Brasmotor Votorantim Suzano Distribuidora Petrobras Gerdau WEG Embraer Avaliação Setorial em 2003 Índices de Estrutura Participação CT 1,104 1,233 1,328 1,581 1,760 2,438 2,451 4,155 5,229 5,746 21,995 Endividamento Votorantim Embraer Distribuidora Gerdau Petrobras Vilares WEG Brasmotor Klabin Suzano Ipiranga 0,318 0,392 0,421 Imobilização do PL Suzano Vilares Votorantim 0,425 0,429 0,453 0,530 0,627 0,670 0,678 0,871 Petrobras Gerdau Klabin Ipiranga Brasmotor Embraer WEG Distribuidora 0,502 0,559 0,635 1,034 1,366 1,418 1,840 1,904 3,612 4,009 12,350 Imob. de recursos WEG Distribuidora Embraer Klabin Petrobras Votorantim Brasmotor Gerdau Vilares Suzano Ipiranga 0,352 0,359 0,464 0,645 0,679 0,722 0,794 0,802 0,815 0,864 1,089 Embraer WEG Distribuidora Klabin Petrobras Brasmotor Gerdau Votorantim Suzano Vilares Ipiranga Índices de Liquidez Liquidez Geral 0,476 0,484 0,501 0,631 0,685 Liq. Corrente Suzano Ipiranga Vilares Gerdau Votorantim 0,792 0,798 0,969 Brasmotor 1,150 Embraer 1,279 Distribuidora 1,404 WEG Petrobras Klabin 0,794 1,038 1,115 1,132 1,217 1,228 1,335 Liquidez Seca Ipiranga Brasmotor Votorantim Vilares Distribuidora Gerdau Suzano 1,406 1,532 1,601 1,628 Petrobras Embraer WEG Klabin 0,583 0,601 0,613 0,690 0,878 0,946 0,990 1,105 1,124 1,207 1,360 Brasmotor Ipiranga Vilares Gerdau Distribuidora Votorantim Embraer Suzano Petrobras WEG Klabin Índices de Rentabilidade Giro do ativo Margem Líquida Rent. do Ativo 0,368 0,469 0,512 Votorantim 0,703 0,777 0,881 0,938 1,068 1,179 1,406 Petrobras 0,007 0,030 0,035 0,049 0,085 0,089 0,092 0,182 0,007 0,023 0,042 0,046 0,080 0,107 0,109 0,127 3,597 Suzano Embraer Klabin WEG Gerdau Brasmotor Ipiranga 0,186 0,291 Distribuidora 0,337 Vilares Brasmotor Ipiranga Distribuidora Suzano Gerdau Embraer Vilares WEG Rent. do PL Brasmotor Suzano Ipiranga Embraer Gerdau Votorantim Vilares Brasmotor Suzano Embraer Votorantim Gerdau Distribuidora WEG Petrobras WEG 0,425 0,690 1,023 Klabin 1,881 Ipiranga Distribuidora Petrobras Votorantim 0,131 0,160 Klabin 0,262 Petrobras 0,039 0,164 0,166 0,275 0,306 0,374 0,396 Klabin Vilares O próximo quadro dá uma nota geral na comparação da Petrobras com o universo de dados em estudo pela avaliação setorial. Estes números mede em qual dos decis a empresa se encontra de maneira geral. Ou seja, este quadro representa a posição relativa da Petrobras em relação as outras empresas do setor industrial, que fazem parte desta avaliação setorial. Exercício 2003 2002 2001 Índices Peso Nota PesoxNota Peso Nota PesoxNota Peso Nota PesoxNota Estrutura Participação CT Comp. Endividamento Imobilização PL Imob. de recursos 0,6 0,1 0,2 0,1 6 7 6 6 3,6 0,7 1,2 0,6 0,6 0,1 0,2 0,1 7 7 7 7 6,1 Nota da Estrutura 4,2 0,7 1,4 0,7 0,6 0,1 0,2 0,1 7 4 7 7 7 4,2 0,4 1,4 0,7 6,7 Liquidez Liquidez Geral Liquidez Corrente Liquidez Seca 0,3 0,5 0,2 5 7 8 0,3 0,5 0,2 7 6 6 6,6 Nota da Liquidez Rentabilidade Giro do ativo Margem Líquida Rentabilidade do Ativo Rentabilidade do PL 1,5 3,5 1,6 0,2 0,1 0,1 0,6 3 8 8 7 0,6 0,8 0,8 4,2 2,1 3 1,2 0,3 0,5 0,2 7 8 8 6,3 0,2 0,1 0,1 0,6 5 7 7 7 1 0,7 0,7 4,2 2,1 4 1,6 7,7 0,2 0,1 0,1 0,6 4 9 8 9 0,8 0,9 0,8 5,4 Nota da Rentabilidade 6,4 6,6 7,9 Nota Global 6,32 6,7 7,4 Satisfatório Satisfatório Deste quadro podemos retirar algumas observações, tais como: ¾ O ano de 2001 foi um ano muito bom da Petrobras em relação às empresas estudadas, isto indica um ano muito bom para a Petrobras, ou então um ano muito ruim para o setor industrial de forma geral; ¾ Com relação aos índices de estrutura, pode-se concluir que, os índices são bastante homogêneos, com pequenas variações. Isto indica que a posição relativa da empresa muda muito pouco ao longo tempo, com média de 6,6 nos 3 anos; ¾ Nos índices de liquidez, novamente se nota uma menor homogeneidade dos dados obtidos, mostrando que a empresa apresentou variações quanto à liquidez da Bom empresa em relação às outras do setor industrial. Isto provoca uma maior dispersão dos resultados ao longo do tempo, porém uma nota relativamente alto nestes 3 anos, com média em torno de 7,0; e ¾ Nos índices de rentabilidade tem-se que o giro do ativo apresenta em todos os anos um valor muito baixo. Isto pode mostrar uma deficiência neste quesito ou uma característica forte da empresa. Nos outros índices, os valores continuam constantes ao longo do tempo. A média das notas foi de 7,0 nos 3 anos. Com o gráfico abaixo, pode-se ter uma idéia melhor das notas da Petrobras nesta avaliação setorial. Evolução das Notas da Petrobras na Avaliação Setorial 8 7 6 5 4 3 2 1 0 2003 Estrutura de Capitais 2002 Liquidez 2001 Rentabilidade Nota Global 3.5 Índices de Prazos Médios Os índices de prazos médios são excelentes formas de se verificar a eficácia da gestão financeira de uma empresa. A gestão financeira está intimamente ligada com a saúde financeira da empresa, pois usa como ferramenta diversos itens como níveis de estocagem, prazos concedidos aos clientes, prazos obtidos com os fornecedores, investimentos no permanente da empresa, aportes de capital e outros. Tem-se basicamente 3 índices de prazos médios, sendo eles: • PMRE - Prazo Médio de Renovação de Estoques: Mede o prazo de reposição do estoque, ou seja, quanto tempo o estoque demora para ser vendido; • PMRV - Prazo Médio de Recebimento de Vendas: Mede o prazo do recebimento das duplicatas, sendo relativa às vendas a prazo da empresa para os seus clientes; • PMPC - Prazo Médio de Pagamento de Compras: Mede o tempo conseguido com os fornecedores para o pagamento destas dívidas. Quanto maior for o tempo, menor será o ciclo de caixa da empresa. Prazo Médio de Renovação de Estoques 2003 PMRE = (Estoques/CMV) * 360 [dias] 2002 2001 70,75 99,43 74,01 Prazo Médio de Recebimento de Vendas 2003 PMRV = (Dupl. Receber/Vendas) * 360 [dias] 2002 2001 30,21 41,60 40,38 Prazo Médio de Pagamento de Compras PMPC = (Fornecedores/Compras) * 360 [dias] 2003 2002 2001 49,61 47,41 45,41 Logo abaixo, tem-se um desenho esquemático destes prazos, dividido por ano: Índices de Prazos Médios – 2001 Ciclo Operacional Total = 114,39 dias PMRE = 74,01 dias PMPC = 45,41 dias PMRV = 40,38 dias Necessidade de Capital de Giro = 68,98 dias Em 2001, houve uma grande necessidade de capital de giro, cerca de 69 dias, o que pode se tornar um enorme problema para a empresa, pois haverá uma maior necessidade de empréstimos para “tapar” este buraco em seu fluxo de caixa. Este ciclo operacional de 114 dias também é alto, o que torna mais difícil ainda a diminuição do tempo de capital de giro. Observa-se que é necessário diminuir estes prazos nos próximos anos, para se ter uma menor necessidade de capital de giro no futuro. Índices de Prazos Médios – 2002 Ciclo Operacional Total = 141,03 dias PMRE = 99,43 dias PMPC = 47,45 dias PMRV = 41,6 dias Necessidade de Capital de Giro = 93,58 dias O ano de 2002 não foi um bom ano para a empresa, o que pode ser entendido pela alta e rápida desvalorização do Real frente ao Dólar, o que dificultou empresas, como a Petrobras, que tinham dívidas em dólar ou que importavam um volume grande de insumos. Observa-se que o ciclo operacional aumentou para 141 dias, em virtude do aumento no PMRE para 99 dias, com um nível de PMPC e de PMRV praticamente constantes. Conseqüentemente, a necessidade de capital de giro aumentou para 94 dias, em termos percentuais, esta necessidade aumentou cerca de 40% de 2001 para 2002. Índices de Prazos Médios – 2003 Ciclo Operacional Total = 100,96 dias PMRE = 70,75 dias PMPC = 49,61 dias PMRV = 30,21 dias Necessidade de Capital de Giro = 51,35 dias Em 2003, a Petrobras conseguiu se superar e teve um excelente ano. Seu ciclo operacional foi bem menor, cerca de 101 dias, por causa de uma redução no nível de estoques, que reflete no PMRE de 71 dias. O PMRV também diminuiu, chegando a 30 dias, uma melhora de cerca de 25% em relação ao ano anterior. O PMPC permaneceu estável, com uma pequena alta de 5% apenas, porém qualquer esforço nesta direção diminui sensivelmente a necessidade de capital de giro da empresa. Conseqüentemente, a necessidade de capital de giro apresentou uma queda, pois todos os outros prazos tiveram melhoras. Esta queda para 51 dias representou em termos percentuais uma diminuição de 45% neste tempo de capital de giro, de 2002 para 2003. 3.6 Análise Horizontal e Vertical Estas análises são outras formas de se avaliar a empresa através de seu Balanço Patrimonial (BP) e sua Demonstração de Resultados (DRE). Estas análises são: • Análise Vertical: Mede a relação em termos percentuais das contas do Balanço e da Demonstração com os totais destas demonstrações, ou seja, Ativo, Passivo Total e Vendas Líquidas. Esta análise é bastante importante para com parar as importâncias relativas de cada conta em relação ao seu respectivo total. • Análise Horizontal: Analisa as tendências e as evoluções ao longo dos anos, sendo considerado o ano de 2001 como a referência. Ou seja, todos os anos próximos serão comparados de forma percentual com o ano de 2001, mostrando a evolução destas contas no tempo. A seguir, tem-se a análise vertical e horizontal do Ativo da Petrobras: Descrição Ativo Circulante Financeiro Disponível Apl. Financeiras Subsoma Operacional Clientes Estoques Subsoma Outros Total do Circulante Vertical Horizontal Vertical Horizontal Vertical Horizontal 2003 2002 2001 1,63% 16,69% 18,32% 122% 149% 146% 1,57% 10,64% 12,21% 84% 68% 70% 2,42% 20,27% 22,69% 100% 100% 100% 5,90% 7,63% 13,53% 6,23% 38,07% 125% 145% 135% 260% 153% 8,22% 12,55% 20,77% 6,53% 39,51% 124% 170% 148% 195% 113% 8,58% 9,53% 18,12% 4,34% 45,15% 100% 100% 100% 100% 100% Realizável LP 12,44% 145% 16,73% 139% 15,55% 100% Ativo Permanente Investimentos Imobilizado Diferido Total do Permanente 1,48% 47,55% 0,45% 49,49% 223% 230% 140% 228% 0,66% 42,43% 0,68% 43,76% 70% 146% 150% 144% 1,21% 37,51% 0,58% 39,30% 100% 100% 100% 100% 100% 181% 100% 129% 100% 100% Total do Ativo Análise • No ano de 2001, tinha-se que as aplicações financeiras representavam cerca de 23% do ativo total, um valor alto para os padrões da Petrobras; e por isto um valor do Ativo Circulante também elevado. Nos anos seguintes nota-se uma diminuição substancial das aplicações financeiras, indicando que a empresa investiu este capital no seu funcionamento normal ou em novos investimentos; • No ano de 2002, houve uma diminuição de 30% no Ativo Circulante Operacional da empresa, explicado pela diminuição das aplicações financeiras, que também diminuem em 2003. Esta diminuição é acompanhada pelo aumento de 70% no nível de estoques, explicando um ciclo operacional maior em 2002, pelo conseqüente aumento do prazo PMRE; e • Em 2003, tem-se que as contas que mais se sobressaem é o Ativo Permanente, principalmente o imobilizado. O valor do imobilizado equivale a cerca de 48% de todo o Ativo da empresa, representando um alto grau de imobilização da empresa. Além disso, o Ativo Permanente apresentou um aumento de 130%, em relação ao ano referência de 2001. O Ativo Total também aumentou cerca de 80%. A seguir, tem-se a análise vertical e horizontal do Passivo da Petrobras: Descrição Passivo Circulante Operacional Fornecedores Outras Obrigações Subsoma Financeiro Empréstimos Vertical Horizontal Vertical Horizontal Vertical Horizontal 2003 2002 2001 5,17% 15,46% 20,63% 160,11% 171,72% 168,66% 6,67% 16,75% 23,43% 147,64% 132,83% 136,74% 5,85% 16,32% 22,17% 100% 100% 100% 5,97% 158,44% 6,19% 117,21% 6,83% 100% Dupl Descontadas Subsoma Total do PC Exig. Longo Prazo Financiamentos Provisões Outros Total ELP Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Lucro Lucros Acumulados Total do PL Total do Passivo 0,49% 6,46% 27,08% 949,51% 169,08% 168,76% 0,43% 6,61% 30,04% 591,77% 123,59% 133,61% 0,09% 6,92% 29,09% 100% 100% 100% 25,04% 5,42% 6,22% 36,68% 248,97% 194,50% 124,02% 205,40% 25,48% 4,46% 4,72% 34,67% 180,88% 114,36% 67,28% 138,61% 18,23% 5,05% 9,09% 32,37% 100% 100% 100% 100% 14,83% 21,41% 0,00% 36,24% 100% 151,07% 187,03% 0,00% 170,43% 181,26% 17,10% 18,19% 0,00% 35,29% 100% 124,37% 113,47% 0,00% 118,50% 129,41% 17,79% 20,75% 0,00% 38,54% 100% 100% 100% 0,00% 100% 100% Análise • Em 2001, o Patrimônio Líquido representava cerca de 38% do Passivo Total. Este valor vai diminuindo ao longo dos anos, o que representa uma maior participação do capital de terceiros. Isto pode representar uma maior dependência maior de terceiros ou também uma busca de diminuir o custo do capital, pois normalmente o custo de Capitais de Terceiros (principalmente no longo prazo) é mais baixo do que o custo do capital próprio da empresa. Portanto, isto pode representar ao longo dos anos uma política da empresa de crescer com Capitais de Terceiros; • Nos próximos anos (2002 e 2003), esta tendência é demonstrada pelo aumento dos financiamentos a longo prazo, cerca de 150% em 2003 maior do que em 2001. Isto acarreta um aumento das dívidas a longo prazo da empresa em algo em torno de 105%. Além disso, o valor destes financiamentos representa praticamente 25% do Passivo Total em 2003; mostrando que, a utilização crescente de Capitais de Terceiros pela empresa pode indicar uma política da empresa; e • Apesar de representar pouco no Passivo Total, a conta de duplicatas descontadas aumento quase 9 vezes em 2003. Porém esta prática demonstra uma nova política da empresa, a de descontar suas duplicatas antes do vencimento para diminuir sua necessidade de capital de giro e seu ciclo operacional, mais precisamente o PMRV. A seguir, tem-se a análise vertical e horizontal da Demonstração de Resultado: Descrição Vertical Horizontal 2003 Receita Bruta 100,00% 165% Deduções 27,46% 162% Receita Líquida 72,54% 166% Custo de Bens Vendidos 40,07% 152% Resultado Bruto 32,46% 189% Despesas Operacionais 10,30% 123% Resultado antes Financeiro 22,16% 252% Resultado Financeiro 1,04% 133% Resultado Operacional 21,12% 220% Resultado Não-operacional 0,37% 39% Resultado Antes IRPJ/CS 20,75% 197% Provisão Para IRPJ e CS 6,18% 250% IRPJ Diferido 0,26% 55% Contrib. Estatutárias 0,68% 215% Part. Minoritárias 0,67% 357% Lucro Líquido 13,48% 180% Vertical Horizontal 2002 100,00% 124,10% 30,24% 133,91% 69,76% 120,28% 44,58% 126,82% 25,18% 110,22% 14,19% 127,48% 11,00% 93,83% 1,18% 112,90% 12,17% 95,38% 0,17% 13,53% 12,00% 85,54% 3,94% 119,86% 0,11% 17,10% 0,45% 106,64% 0,66% 262,87% 8,17% 82,07% Vertical Horizontal 2001 100,00% 100% 28,03% 100% 71,97% 100% 43,62% 100% 28,35% 100% 13,81% 100% 14,54% 100% 1,29% 100% 15,84% 100% 1,57% 100% 17,41% 100% 4,08% 100% 0,77% 100% 0,52% 100% 0,31% 100% 12,35% 100% Análise • A receita líquida de vendas vem aumentando significativamente ao longo dos anos, chegando a ser 65% maior em 2003 do que em 2001. Isto representa um aumento nas vendas da empresa, ou seja, a empresa está aumentando sua participação nos mercados. E este aumento na receita líquida também representou um aumento concreto nos lucros da empresa que cresceram cerca de 150% em 2003. Porém, em 2002 apesar do aumento nas receitas, isto representou uma diminuição de cerca de 20% no lucro; • Além do aumento nas vendas, a empresa conseguiu diminuir tanto as deduções quanto os custos (CMV), o que acarreta numa melhor gestão financeira da empresa como um todo. Pode se dizer que, a gestão financeira da empresa foi mais competente ao longo dos anos e o resultado foi uma substancial melhora nos lucros da Petrobras em 2003; e • Com um crescente aumento dos lucros, a Petrobras pôde distribuir melhor seus ganhos entre seus funcionários (Contribuições Estatutárias), cerca de 115% de aumento. 3.7 Previsão de Falências O cálculo da previsão de falências é feito com base no FI (Fator de Insolvência), calculado com base na fórmula de Kanitz, descrita abaixo: FI = 0,05*X1 + 1,65*X2 + 3,55*X3 - 1,06*X4 - 0,33*X5, sendo que: X1 = Rentabilidade do PL = X2 = Liquidez Geral = X3 = Liquidez Seca = X4 = Liquidez Corrente = X5 = Participação do CT = LL / PL (AC + RLP) / (PC + ELP) (AC - Estoques) / PC AC / PC (CT + PL) / PL FI = Fator de Insolvência ou Solvência 2003 3,25 2002 2,63 2001 3,82 Análise Discriminante: Empresa Solvente ou Insolvente FI < -3 - Empresa Insolvente Se 0 > FI > -3 - Empresa Indefinida FI > 0 - Empresa Solvente Estes dados demonstram que a empresa está solvente em todos os anos. Porém, esta fórmula tem provocado controvérsias quanto a demonstração da real situação financeira e econômica das empresas analisadas. Ao longo do curso, tem se mostrado que esta fórmula falha para determinados setores analisados, principalmente as empresas de serviço. Portanto, o uso desta fórmula está sendo questionado. 3.8 EVA (Economic Value Added) O EVA é o valor que a empresa conseguiu agregar durante o período de 1 ano. Há uma grande controvérsia quanto ao custo do capital (WACC, também conhecida como TMA – Taxa Mínima de Atratividade), ou seja, o percentual a ser utilizado para pairar os investimentos da empresa no seu ramo de negócio. Outra discussão, em torno do EVA é a utilização do CAPITAL da empresa. Ou seja, o valor do CAPITAL deve ser o Ativo Total, Ativo Total menos os investimentos (Apl. Financeiras e Investimentos em outras empresas), ou o valor do PL + ELP (Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo). A tabela abaixo, mostra os valores do EVA calculados de 2001 até 2003. EVA = NOPAT – WACC*CAPITAL Utilizando-se: CAPITAL = PL + ELP NOPAT WACC CAPITAL EVA 2003 2002 2001 19.319.136 14,0% 99.336.499 5.448.136,60 7.207.546 14,0% 68.046.900 (2.328.217,12) 8.196.252 14,5% 53.294.438 476.178,95 Utilizando-se: CAPITAL = ATIVO TOTAL - (Apl. Fin. + Invest.) NOPAT WACC CAPITAL EVA 19.319.136 14,0% 111.473.825 3.753.323,08 7.207.546 14,0% 86.271.744 (4.882.158,53) 8.196.252 14,5% 59.018.690 (353.019,09) Utilizando-se: CAPITAL = ATIVO TOTAL NOPAT WACC CAPITAL EVA 19.319.136 14,0% 136.234.363 295.848,63 7.207.546 14,0% 97.260.082 (6.422.011,02) 8.196.252 14,5% 75.158.596 (2.690.997,65) Sendo que: NOPAT = Lucro Operacional Antes do Impostos WACC = Custo Médio ponderado de capital (12% para ELP e 20% para PL) CAPITAL = Total de Investimentos da empresa EVA = Valor Econômico Agregado O valor do EVA, para qualquer CAPITAL adotado é sempre maior em 2003, e o mais importante é sempre positivo. Isto acarreta que em 2003, independente da metodologia adotada, a empresa teve uma aumento no seu valor agregado. Em relação aos outros anos, em 2001, o valor encontrado é melhor do que em 2002, porém seu valor normalmente é negativo. Demonstrando que no ano não houve agregação de valor por parte da Petrobras. E em 2002, que foi um ano muito ruim para a Petrobras, o EVA foi sempre negativo. CAPÍTULO 4 4. Conclusões É possível, através deste trabalho se tirar algumas conclusões sobre a empresa estudada, a Petrobras. De maneira geral, a empresa vem apresentando um crescimento sustentado no período de 2001 a 2003, com um crescente aumento nas vendas totais (aumento na participação de novos mercado explorados) e um conseqüente aumento do lucro líquido em cerca de 80% em 2003. O ano de 2003 pode ser considerado o melhor de todos os anos de acordo com os índices encontrados. Com a queda do monopólio em 1997, a Petrobras foi se transformando de uma empresa com capital totalmente estatal, para uma empresa de capital misto. Ou seja, com capital privado e estatal, porém o controle acionário ainda é do Estado Brasileiro que detém 51% das ações. O fim do monopólio representou um desafio a Petrobras, pois com o competição em todas as suas áreas de atuação, a Petrobras necessitaria ser bastante competitiva para ser melhor do que suas concorrentes. Pelo seu gigantismo, pela alta tecnologia empregada e pela enorme experiência do subsolo brasileiro, a queda do monopólio só fez aumentar as vendas e a participação da empresa no mercado. E acendeu na empresa o desejo de internacionalizar suas operações na área de petróleo e gás natural. Talvez, somente com o fim do monopólio e a certeza de que a Petrobras poderia concorrer com qualquer outra empresa no mundo em termos de tecnologia e competitividade, é que a internacionalização da empresa foi levada a sério; e em seu Plano Estratégico 2015, há um enorme investimento a ser feito pela empresa, em um futuro próximo, em suas operações no exterior. Houve também uma mudança no foco da empresa, que agora não mais somente a área de petróleo e gás natural, passando a ser denominada uma empresa de energia de maneira geral. Ou seja, além dos investimentos na exploração, produção e refino de petróleo e gás,a a Petrobras passará a investir em outros tipos de energia como as renováveis (principalmente eólica), bem como no abastecimento e na distribuição dos derivados de petróleo no Brasil e no mundo. Ainda, deve-se ressaltar a importância estratégica da internacionalização das operações da Petrobras ao longo do mundo, haja visto que a empresa é uma das melhores do mundo na exploração de poços em águas profundas e ultraprofundas, passando a ser vista como um benchmarking nesta área. A empresa portanto pode passar a ser uma exportadora de tecnologia, elevando o nível do Brasil como um todo no cenário mundial atual. Para concluir, abaixo tem-se alguns dos dados mais importantes da empresa que mostram a sua evolução no período de 2001 até 2003: ¾ Ativo Total => Aumento de 81% ¾ Lucro Líquido => Aumento de 80% ¾ Receita Líquida => Aumento de 66% ¾ Patrimônio Líquido => Aumento de 70% ¾ Necessidade de Capital de Giro => Diminuição de 17,63 dias ou 25% Referências Bibliográficas • Matarazzo, Dante C. Análise Financeira de Balanços, Editora Atlas, 5ª Edição, São Paulo-SP, 1998. • Marion, José C. Contabilidade Básica, Editora Atlas, 4ª Edição, São Paulo-sp, 1996. • Site da Petrobras – www.petrobras.com.br. • Site do Professor Edson Pamplona – www.iem.efei.br/edson • Notas de aula do Professor Edson Pamplona.